Foi há muitos e muitos anos já,
Num reino de ao pé do mar.
Como sabeis todos, vivia lá
Aquela que eu soube amar;
E vivia sem outro pensamento
Que amar-me e eu a adorar.
Eu era criança e ela era criança,
Neste reino ao pé do mar;
Mas o nosso amor era mais que amor --
O meu e o dela a amar;
Um amor que os anjos do céu vieram
a ambos nós invejar.
E foi esta a razão por que, há muitos anos,
Neste reino ao pé do mar,
Um vento saiu duma nuvem, gelando
A linda que eu soube amar;
E o seu parente fidalgo veio
De longe a me a tirar,
Para a fechar num sepulcro
Neste reino ao pé do mar.
E os anjos, menos felizes no céu,
Ainda a nos invejar...
Sim, foi essa a razão (como sabem todos,
Neste reino ao pé do mar)
Que o vento saiu da nuvem de noite
Gelando e matando a que eu soube amar.
Mas o nosso amor era mais que o amor
De muitos mais velhos a amar,
De muitos de mais meditar,
E nem os anjos do céu lá em cima,
Nem demônios debaixo do mar
Poderão separar a minha alma da alma
Da linda que eu soube amar.
Porque os luares tristonhos só me trazem sonhos
Da linda que eu soube amar;
E as estrelas nos ares só me lembram olhares
Da linda que eu soube amar;
E assim 'stou deitado toda a noite ao lado
Do meu anjo, meu anjo, meu sonho e meu fado,
No sepulcro ao pé do mar,
Ao pé do murmúrio do mar.
(Tradução de Fernando Pessoa)
Num reino de ao pé do mar.
Como sabeis todos, vivia lá
Aquela que eu soube amar;
E vivia sem outro pensamento
Que amar-me e eu a adorar.
Eu era criança e ela era criança,
Neste reino ao pé do mar;
Mas o nosso amor era mais que amor --
O meu e o dela a amar;
Um amor que os anjos do céu vieram
a ambos nós invejar.
E foi esta a razão por que, há muitos anos,
Neste reino ao pé do mar,
Um vento saiu duma nuvem, gelando
A linda que eu soube amar;
E o seu parente fidalgo veio
De longe a me a tirar,
Para a fechar num sepulcro
Neste reino ao pé do mar.
E os anjos, menos felizes no céu,
Ainda a nos invejar...
Sim, foi essa a razão (como sabem todos,
Neste reino ao pé do mar)
Que o vento saiu da nuvem de noite
Gelando e matando a que eu soube amar.
Mas o nosso amor era mais que o amor
De muitos mais velhos a amar,
De muitos de mais meditar,
E nem os anjos do céu lá em cima,
Nem demônios debaixo do mar
Poderão separar a minha alma da alma
Da linda que eu soube amar.
Porque os luares tristonhos só me trazem sonhos
Da linda que eu soube amar;
E as estrelas nos ares só me lembram olhares
Da linda que eu soube amar;
E assim 'stou deitado toda a noite ao lado
Do meu anjo, meu anjo, meu sonho e meu fado,
No sepulcro ao pé do mar,
Ao pé do murmúrio do mar.
(Tradução de Fernando Pessoa)
Que lindas palavras as tuas...
ResponderExcluirTambém te desejo dias luminosos.
Desculpe a demora pra responder, só vi tua resposta agora. Abraço.
Escrevo para ti...Sabes que é para ti...
ResponderExcluirOs nomes não têm cor
São simples diagramas em conflito
Os nomes são muda sinfonia de sonata em desamor
Serei um barco vencendo rotas novas
Aplanarei as rugas de todas as montanhas
Vai arder novamente este sofrido coração
Hoje tive vontade de pintar uma oração
Terno beijo
Na elegante e fina escrita da tua pena
ResponderExcluirÀs vezes é preciso acordar o silêncio da memória
Ou esperar pelo adormecimento inadiável
Com o gesto sereno e demorado da ternura
Com o acordar do amor rompendo o improvável
Uma radiosa semana
Doce beijo
Oiçam este poeta de tostão
ResponderExcluirQue já prometeu e pediu uma mão
Oiçam a palavra salgada de saliva
Não tenho muito lugar, em ti, paixão
Passei para te desejar uma radiosa semana
Doce beijo
Oiçam este poeta de tostão
ResponderExcluirQue já prometeu e pediu uma mão
Oiçam a palavra salgada de saliva
Não tenho muito lugar, em ti, paixão
Passei para te desejar uma radiosa semana
Doce beijo
“O que quer que ames ama-te”
ResponderExcluirCom o teu amor
Acendeste-me a luz da alma
Vivo, amo, porque a morte é o ato de regressar
Tenho um sol inteiro
Um castelo altaneiro
A saudade do amor primeiro
Tenho tanto, nada, rosa, sal fogo
Doce beijo
Olá, Profeta!
ExcluirEu fiquei um bom tempo sem entrar aqui no meu blog. A vida foi me levando pra tantas direções...
Fico sensibilizada com tua poesia.Tuas palavras são lindas. E vieste aqui durante vários anos (2014, 2015, 2016), nessa mesma sessão de comentários, deixar teus versos...
Não sei nem como responder apropriadamente sobre a felicidade que sinto. Sinto uma gratidão profunda! É muito especial me deparar com algo assim, de verdade.
Eu já tinha lido teus versos antes no teu blog. Por sincronicidade ou não, um dia desses tinha me lembrado do teu blog, mas lamentei um pouco por não me recordar do endereço. Que bom que encontrei de novo, e estavas o tempo todo por aqui.
Muita luz na tua vida, que continues a trazer a beleza e poesia a este mundo. Ou apenas continues a ser quem és.
Um abraço,
Tayná