Dar-me toda a este verão
urdideiro de rios, é ser
serpente de prata. Verão,
foi feita mais uma vítima.
Sou um ser marcado, natureza.
A tarde crava em meu magma
o selo de sua secreta pata.
Ar
É da liberdade destes ventos
que me faço.
Pássaro-meu corpo
(máquina de viver),
bebe o mel feroz do ar
nunca o sossego.
se enovela pelas pernas
em fio de vigor espiralado
sobre o ventre e alto das coxas.
O orgasmo é quem mede forças
sem ter ímpeto contra a água.
em golfadas envolve-me toda,
apagando as marcas individuais,
devora-me até que eu
não respire mais.
(Extraído do livro Repertório Selvagem - Obra Poética Reunida, de Olga Savary)
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